Dizem que, na eleição para prefeito em 2008, um homem teria entrado numa das salas de uma escola na Zona Sul do Rio de Janeiro para votar. Após passar pelas formalidades necessárias, dirigiu-se à urna e lá ficou.
Quando os mesários enfim perceberam que ele se demorava mais do que o normal, se deram conta também de que o homem em pé diante da urna estava falando sozinho. Sussurrava frases incompreensíveis num idioma que parecia latim, não parando quando lhe avisaram que deveria sair.
Mas a atenção das pessoas na sala seria desviada do homem quando uma mulher de cinquenta e cinco anos, que esperava na fila a sua vez de ir para a urna, começou a chorar sem razão e a dizer que “a morte está aqui, a morte está aqui. Alguém me ajude.”
Reunidos todos ao redor da mulher para acalmá-la, ninguém percebeu a saída do homem junto à urna, que deixou a sala sem ser visto. Quando o próximo eleitor se dirigiu para votar, soltou um grito de susto. No monitor da máquina, a imagem da cédula estava congelada no número 666, independente de qualquer dígito que se utilizasse.
Chamou-se o técnico, mas nem ele resolveu o problema. A urna teve de ser desligada, e a seção eleitoral, fechada.
Mas o dia não terminaria aí. Um dos mesários, rapaz de vinte e seis anos e funcionário de um banco, tomado de um inesperado cansaço, pediu para sentar-se. Segundo ele, de repente faltara-lhe fôlego e precisava se apoiar em algo. Sentaram-no num sofá na diretoria da escola, e lá ele adormeceu.
Apenas no fim do dia, encerrada a votação, lembraram dele. Foram até a diretoria e tentaram acordá-lo. Em vão. O mesário havia morrido.
Houve quem culpasse o homem estranho que falava em latim. Houve quem culpasse a mulher que chorava. Houve até quem culpasse a urna, que estaria assombrada. O fato é que justamente nessa escola é que eu vou votar amanhã, e agora não consigo dormir direito pensando nisso. Não basta o terror de não ter em quem votar, ainda precisamos driblar a morte para cumprir o nosso dever de cidadão.
O verdadeiro terror, meu caro, é engolir o Tiririca como deputado federal mais bem votado em Sampa. Muito punk pra mim!
ResponderExcluirBjos.
Rosa, me preocupam mais os candidatos ligados a crime organizado e milícias que se elegem. Esses sim me metem medo.
ResponderExcluirBeijos,
Maurício