Dizem
que, quando caímos, algo das profundezas nos acompanha, no momento em que nos
reerguemos.
E
isto que trazemos conosco, que não percebemos na hora, vai aos poucos se
alimentando de nossas paixões, nossas memórias. De tudo aquilo que somos, ele
se torna parasita.
Então
este algo sombrio e silencioso começa a crescer e a querer mais.
Mais
do que podemos dar.
De
repente, nos vimos incomodados por um sentimento distante e minúsculo, quase
imperceptível.
Porém,
em franco crescimento.
Quando
atinge seu auge, o incômodo deixa de ser minúsculo. Torna-se fome. E fome exige
que a satisfaçam.
E
enfim, quando encontramos aquilo que sabemos ser a única coisa capaz de saciar
esta nova fome, também descobrimos que, daqui para frente, o que nos espera é
um caminho sem volta.