Blog do romance "O Adversário", de Maurício Limeira
+ informações de outros textos do autor.
sábado, 30 de agosto de 2014
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
O importante é estar atualizado
Fonte: Yahoo
https://br.noticias.yahoo.com/blogs/vi-na-internet/padre-exorcista-polon%C3%AAs-diz-receber-sms-dem%C3%B4nio-003355233.html
O padre Marian Rajchel, da cidade polonesa de Jaroslaw, está tendo problemas inusitados com a tecnologia: o religioso está recebendo mensagens de texto malcriadas de ninguém menos que o demônio. Tudo começou quando o padre realizou um exorcismo em uma adolescente e o procedimento não foi bem sucedido. Desde então, o exorcista recebe SMS no celular da garota enviados por Satanás, segundo ele.
https://br.noticias.yahoo.com/blogs/vi-na-internet/padre-exorcista-polon%C3%AAs-diz-receber-sms-dem%C3%B4nio-003355233.html
O padre Marian Rajchel, da cidade polonesa de Jaroslaw, está tendo problemas inusitados com a tecnologia: o religioso está recebendo mensagens de texto malcriadas de ninguém menos que o demônio. Tudo começou quando o padre realizou um exorcismo em uma adolescente e o procedimento não foi bem sucedido. Desde então, o exorcista recebe SMS no celular da garota enviados por Satanás, segundo ele.
Em entrevista ao jornal inglês Daily Mail, Rajchel afirma: "O autor dessas mensagens é um espírito mau". Muitas vezes, os donos de telefones celulares nem têm noção de estarem sendo usados desse modo. No entanto, isso é muito claro nesse caso, disse o padre ao site do jornal inglês. De acordo com ele, o demônio não faz cerimônia em usar as novas tecnologias para assediar as pessoas.
Veja o conteúdo de uma das mensagens recebidas pelo padre polonês: "Ela não vai sair deste inferno. Ela é minha e qualquer um que rezar por ela vai morrer". Rajchel respondeu que rezaria pela garota e obteve outra resposta malcriada: "Cale a boca, pregador. Você não pode salvar a si mesmo. Idiota. Seu patético e velho pregador". E aí, você já recebeu algum SMS maligno? Diga nos comentários!
Barulho na porta
Sozinha
em casa, dentes escovados, esperava na cama o sono chegar assistindo televisão.
Então
ouviu o barulho na porta e a voz do marido chegando.
Quando
tentou levantar, algo a manteve deitada.
Tentou
gritar, mas a mesma coisa não permitiu.
Lá
fora, o marido soltava grunhidos estranhos, como se estivesse sofrendo.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Possessão
Ela
dera para falar enquanto dormia.
“Eu?”,
ela duvidou. “Claro que não.”
Naquela
noite, ele então gravou com o celular as palavras incompreensíveis que ela
murmurava. Quando mostrou a gravação, ela negou.
“Essa
voz não é minha.”
“Não
parece mesmo você. Mas você sabe que língua é essa?”
“Parece
latim.”
“Mas
você não fala latim.”
“Sinal
de que não sou eu.”
Ele
procurou um tradutor de latim. Descobriu que a frase gravada era:
“Veniam ad te, et ducam te ad
infernum.”
Que,
traduzindo, significava:
“Agora eu virei a ti, e tornarei
a trazer-te para o inferno.”
Achou
melhor não mostrar para ela. Mas quando ela acordou no meio da noite urrando,
com as roupas rasgadas, as pernas abertas e a região da virilha expelindo
sangue, ele saiu correndo e voltou com um padre.
Mas
era tarde. Sua esposa havia ido embora.
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Mudanças no horizonte
Havia
uma multidão à porta da igreja.
O
padre havia fugido.
A
tempestade acabara de cair.
terça-feira, 26 de agosto de 2014
No meio da noite
“Pai.”
“O
que foi, filho.”
“Não
consigo dormir. A cama está balançando.”
“Vamos
lá ver isso.”
“Não.”
“Por
que não? Vamos lá no seu quarto ver isso.”
“Ele
disse pra eu não ir.”
“Ele
quem?”
“O
moço.”
“Moço?
Que moço, filho?”
“O
moço que tá no meu quarto.”
“Tem
alguém no seu quarto?”
“Ai,
Armando não vai lá, pelo amor de Deus. É ladrão. Um ladrão invadiu a nossa
casa.”
“Volta
pro seu sono, Teresa. Filho, fica aqui com a sua mãe que eu vou lá ver, tá?”
“Tá.”
“Cuidado,
Armando, cuidado. Leva uma arma.”
“Tô
levando o chinelo.”
“Fica
calmo, tá filhinho? O papai já vem. Você não precisa ficar com medo, tá? A
mamãe tá aqui. Você tá com medo?”
“Não.”
“Puxa
vida, o seu pai tá demorando.”
“O
papai morreu, mamãe.”
“Morreu?
Que história é essa, menino! Não diz uma coisa dessas! Quem te disse que o
papai morreu, hein? Quem disse uma barbaridade dessas?”
“O
moço.”
“Que
moço? Que moço é esse?”
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
Viuvo
Estava
bêbado. Negava, mas estava. Também negava estar sofrendo, mas sofria.
A
janela convidava.
Ele
lembrou quando conheceu a mulher, no balcão da loja. Quando retornou no dia
seguinte, e nos demais, só para vê-la. Lembrou a cara que ela fez, quando
recebeu as flores que ele comprou. A primeira vez que se deram as mãos, depois
do expediente, quando ele a levou em casa, e o primeiro beijo, uma semana
depois. Lembrou-se dela na cama, naquela mesma cama onde ele estava sentado,
bêbado (isso ele negava). Lembrou-se dela avisando antes: É minha primeira vez.
Lembrou-se da vontade de dizer que era a primeira vez dele, também, só para
agradá-la. E da felicidade que acompanhava o amor. Lembrou-se das horas
contadas no trabalho, e de como saía às pressas para ir ao encontro daquela que
amava. Lembrou-se do dia em que ela lhe apresentara os pais. Lembrou-se dos
planos para o futuro, lembrou-se do pedido e lembrou-se da resposta. Lembrou-se
do padre, e do coração que não cabia mais no peito, de tanto amor. Lembrou-se
das juras: para sempre? Para sempre. Para todo o sempre.
Então
se lembrou da nuvem negra que veio se acomodar sobre a vida dele. Lembrou-se da
figura estranha que ela disse que a acompanhara na rua, e que passara a
enxergar por toda parte. Lembrou-se do cheiro de enxofre enquanto ele
trabalhava no encanamento da casa, e do que vira ao entrar no quarto.
Então
não quis mais lembrar.
Admitiu
que estava bêbado. Estava, sim.
Olhou
para a janela, que convidava para ver o amanhecer de perto. Depois de refletir,
à maneira dos bêbados, engoliu os últimos cinco goles do que tinha dentro da
garrafa. E aceitou o convite.
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